Por algum motivo inexplicável, nós evoluímos em proporção colossal em relação aos outros seres vivos desse planeta.
Há algumas centenas de anos atrás, se eu te colocasse em uma jaula com um leão, você não teria a menor chance. Mas hoje, se eu te colocasse em uma jaula com 200 leões e te desse uma metralhadora, você mataria os 200 leões. Doenças estão cada vez mais controladas, etc. Moral da história: se tornou muito difícil matar um ser humano.
Por esse motivo nossa população começou a crescer exponencialmente, desestruturando toda uma cadeia alimentar que existia nesse planeta. Em função disso, nos tornamos uma anomalia.
Dentre os vários fatores presentes nos problemas ambientais que estão ocorrendo no planeta, eu arriscaria dizer que a densidade da população humana é o mais relevante e ousaria dizer que poderíamos esquecer de outros fatores se apenas resolvêssemos olhar mais atentamente para esse.
Há 6,8 bilhões de pessoas hoje. A expectativa é que em 50 anos, sejamos 9 bilhões. Isso quer dizer que o planeta terá que acomodar 2,2 bilhões de pessoas a mais. Isso é mais que a população da Europa, África e América somadas. Cada vida extra precisa de comida, energia, água e abrigo e com sorte, até um pouco mais que isso. Todos que viverem nos próximos 50 anos serão afetados por essas mudanças demográficas, não importa onde estejam.
Durante a maior parte de nossa existência o tamanho de nossa população foi controlado pela natureza. Se houver bastante água, alimento e abrigo, a população irá prosperar. Mas quando as doenças, fome ou seca atacam, a vida é reduzida.
Nos últimos 10.000 anos, em geral houve pouca mudança na quantidade populacional do planeta, ela beirava a marca de 1 bilhão. Mas do ano de 1800 em diante, ocorreu um aumento expressivo da população mundial e chegamos a marca de quase 7 bilhões hoje.
Em média, na história humana, um homem e uma mulher sobreviviam apenas até terem 2 filhos e por isso a população humana não aumentava. Prolongar a vida através do controle de doenças é talvez um dos maiores feitos da humanidade. Mas viver com saúde e por mais tempo tem consequências: crescimento populacional. A produção de alimentos não aumenta tão rápido como a reprodução humana. A demanda acabará superando a oferta. A capacidade produtiva do planeta tem limites físicos e esses limites determinarão quantos seres humanos ainda poderemos suportar.
Quando vemos o quanto é difícil reproduzir o que a natureza faz diariamente para nós, começamos a apreciar o mundo que temos. Mesmo com todos nossos aparatos tecnológicos, ainda somos dependentes do sistema natural de recursos para sobreviver. O grande problema é que o poder da população é infinitamente maior que o poder do planeta em fornecer esses recursos ao homem.
Conforme a população cresce, o ser humano através da agricultura e indústria, explora esses recursos com maior eficiência. Mas cada vez mais, vemos os sinais de esgotamento. Estamos chegando ao limite de nosso meio ambiente. Vivemos quase além da capacidade de nosso meio nos sustentar.
Assimilar a natureza é crucial para todos nós. É uma relação que estamos levando ao limite à medida que continuamos a crescer em números. Cada pessoa que nasce exercerá suas exigências sobre o planeta. E um dia não teremos mais capacidade de cumprir essas exigências.
Eu sei que estamos destruindo o planeta e sei que as coisas estão se agravando. Mas a questão é que a menos que controlemos o aumento de nossa população, isso será inevitável. Temos uma população crescente com uma oferta decrescente de recursos.
Reciclar o lixo, economizar água e fazer xixi no banho também é importante, aliás qualquer atitude para evitar o desperdício é válida, mas isso só irá nos dar mais tempo, não irá solucionar o problema. E a essa altura do campeonato, temos que solucionar o problema e não prorrogá-lo.
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