12 de julho de 2010

Cota é o caralho !

Todos sabemos que um diploma universitário já não é mais garantia de sucesso profissional. Porém, infelizmente não podemos esquecer que ele é um importante instrumento de filtragem na escolha de alguém. Quando há vários candidatos concorrendo a uma vaga, eles costumam eliminar quem não tem o ensino fundamental, depois quem não tem ensino médio, depois quem não tem ensino superior e assim adiante. Apenas para reduzir o número de pessoas. Por esse motivo, resolvi que devo cursar uma universidade se quiser estar meio passo a frente.

Não possuo condição de bancar uma faculdade particular, não sou negro e não estudei a vida toda em escolas públicas. Só me resta estudar muito e esperar que nenhum cotista filho da puta com nota inferior consiga a vaga que eu mereça. Aliás, isto é algo que me deixou perfeitamente prostituto da face. É revoltante saber que pessoas mal preparadas estão tirando as vagas de pessoas bem preparadas. Já se imaginou estudando um ano inteiro e sendo superado por um cara com nota MENOR que a sua na prova, que só conseguiu a vaga porque é negro ?

E sabe o que é pior ? Se você perguntar a um negro se ele aprova o sistema de cotas, provavelmente ele dirá que não, pois não se sente inferior a um branco. Porém, o mesmo negro irá fazer o vestibular e irá ser aprovado pelo sistema de cotas, mas adivinha, não irá recusar a vaga. Ou seja: "Eu não aprovo o sistema de cotas, mas já que estou me dando bem, então vamos nessa ! "

Cota é o caralho

Até onde eu sei, todos que pagam impostos ajudam a manter as instituições públicas, independente da natureza.

Pois então por que certos grupos tem que ser privilegiados ? Por que as pessoas que, mesmo pagando altos impostos e ainda assim tendo de recorrer ao setor privado para usufruir de serviços teoricamente melhores, tem de ser "penalizadas" por esse tipo de política ?

Quem deve ser privilegiado é o mais bem preparado. Não importa se é rico ou pobre, branco ou negro. Que tipo de profissionais estaremos formando desse jeito ?
____________________________________________________________

5 de julho de 2010

Deveríamos ensinar religião para nossas crianças ?

Não podemos negar que as crenças de nossos filhos são diretamente influenciadas por nós. Se você foi criado na fé cristã, provavelmente seus filhos irão ser cristãos. Mas afinal, por que você não é hinduísta ?

Porque você nasceu no Brasil e não na Índia, pois se tivesse nascido na Índia muito provavelmente seria hindú, se tivesse nascido na Dinamarca na época dos vikings você provavelmente acreditaria no deus Thor, se tivesse nascido na Grécia antiga acreditaria em Zeus, etc.

Está claro que sua opção religiosa foi uma questão de hereditariedade. Ambos concordamos que não há razão particular para se crer no Deus cristão somente por você ter nascido acidentalmente aqui. É tudo uma questão de fé, e ninguém pode ser julgado por sua opção religiosa, não estou aqui para discutir isso. A questão é outra: por que as crianças deveriam ser vítimas de uma particular tradição em vez de escolherem por eles mesmos no que acreditar ?

Não poderíamos conservar os costumes, as tradições, a história, sem impor sobre as crianças visões sobre o universo cujo a ciência moderna simplesmente já provou que são falsas ?

Ou você realmente acredita que o mundo foi criado em 6 dias ?

deveriamos ensinar religiao para nossas crianças

Acredito que a essas crianças, está sendo dada uma visão um pouco deformada do mundo. Com absoluta certeza, é extremente importante aprender sobre o nosso passado. Mas o que me incomoda é que na busca disso, a estas crianças inocentes, ensinam falsidades flagrantes.

As crianças são muito vulneráveis ao meio em que vivem, isto todos nós já sabemos. Uma criança é geneticamente pré-programada para acumular conhecimento das figuras de autoridade. O cérebro deles está pré-disposto a crer no que os mais velhos dizem, pelo menos até uma certa idade. Eles acreditarão em qualquer coisa, mesmo se tratando de algo absurdo. E logo, quando a criança crescer, terá a tendência de transmitir os absurdos para as outras. E isto não está certo.

Deve se permitir ouvir diferentes perspectivas sobre as coisas para que ela possa investigar e desenvolver suas faculdades críticas, enxergar pontos de vista diferentes e decidir qual é o melhor para si. Enfim, deve encontrar seus próprios caminhos sem nenhum molde particular. Nossa verdadeira percepção de bem e mal não tem nenhuma relação com a religião. Gosto de acreditar que há bondade e generosidade na natureza humana e, de maneira alguma, necessitamos da religião para definir a moralidade.
____________________________________________________________